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Até quando moradores de favelas e periferias serão assassinados por um Estado que deveria garantir a vida?

João Pedro Mattos Pinto, adolescente de 14 anos, brincava dentro de casa no complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, quando foi atingido no tórax por projétil de arma de fogo durante operação policial na região. Após ser alvejado, foi retirado de sua casa pelos policiais, colocado no helicóptero sem que sua família autorizasse ou ao menos fosse informada de seu paradeiro. Somente hoje (19/05), mais de doze horas depois, a partir de inúmeras mobilizações, o corpo de João foi encontrado sem vida no Instituto Médico Legal (IML).

Na última sexta-feira (15/05), uma operação policial no Complexo do alemão resultou numa chacina com 13 pessoas mortas. No vídeo que circulou nas redes sociais, as pessoas estavam aglomeradas tentando reconhecer seus filhos, amigos e irmãos. Como se manter em casa em isolamento social diante dessa barbárie?

Hoje, o Rio de Janeiro amanheceu com nove operações policiais na região metropolitana.

Num contexto de pandemia, em que o Estado deveria estar concentrado na proteção da vida da população, o que estamos vivenciando é o aprofundamento da necropolítica.

As operações policiais nas favelas nesse contexto, além de produzir múltiplas violações de direitos, ainda interrompem as ações realizadas pela sociedade civil de solidariedade e enfrentamento à COVID-19 nesses territórios. Distribuição de alimentos, material de higiene, limpeza das ruas, entre outros, que deveriam ser garantidos pelo Estado são interrompidos pelo mesmo.

E a gente segue a se perguntar ATÉ QUANDO? Até quando moradores de favelas e periferias serão assassinados por um Estado que deveria garantir a vida? Até quando crianças e jovens negros terão a sua trajetória interrompida por uma política de genocídio?

O Observatório de Favelas se solidariza com os familiares e amigos de João Pedro e com os moradores de todas as favelas que tem sido atingidas pela violência do Estado. E se une as organizações da sociedade civil, coletivos e defensores de direitos humanos que exigem respostas do governador Wilson Witzel, a elucidação dos casos, a responsabilização do Estado e a adoção de medidas que garantam os direitos dos moradores de favelas e periferias.

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