O movimento “Maré Que Queremos”, que reúne representantes das 16 associações de moradores, a Redes da Maré e outras organizações, lamenta que a ocupação da Maré por forças militares não esteja garantindo, como anunciado, a gradativa criação de condições para que o direito à segurança pública seja assegurado à população local.
Sete meses após a entrada das Forças Armadas, a Maré vive uma rotina de confrontos violentos entre vários grupos armados, dentre esses, os militares. Hoje, novos enfrentamentos resultaram em ao menos um morto e um ferido e deixaram acuados os moradores. Desde sexta-feira, há notícia de que outras três mortes teriam ocorrido na região.
Em abril, em reunião com o “Maré Que Queremos”, o secretario de Segurança José Mariano Beltrame endossou um Protocolo para Ação das Forças de Segurança na Maré. Em um dos pontos, o documento previa que “a intervenção dos agentes de segurança pública deveria priorizar ações de inteligência e de controle do uso de armas e munições para desarticular a presença de redes criminosas armadas”.
Apesar desse compromisso, repetidos conflitos armados, além de práticas hostis de abordagem, tem mantido os moradores da Maré em situação de tensão e medo não muito diferente da que marcava o cotidiano antes da chegada dos militares ao território. Esperamos que as autoridades do setor revejam os procedimentos atuais e de fato cumpram os compromissos assumidos em várias reuniões com as organizações locais, para que de fato a população tenha garantido o seu direito à segurança pública.
Com este fim, o movimento “Maré que Queremos” desenvolverá ações em questionamento ao posicionamento bélico que o Exercito vem tendo, como forma de continuar a necessária discussão sobre qual deve ser as abordagem do Estado para garantir o direito a segurança pública em favelas e periferias.