Por: Jessyca Liris, aluna da ESPOCC e integrante do Coletivo Meninas Black Power (jotaliris@gmail.com)
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Ter a pele preta, ser mulher preta, ser pobre, ou até mesmo burguesa, ter o cabelo crespo e a sociedade te gritar “ALISA!!”… A opressão não para, ela não tem fim, se não houver luta.
A partir do momento que nos prontificamos a lutar, lanças afiadas nos são apontadas diretamente, disfarçadas de “é só minha opinião”, “não existe racismo”, passando por “somos todos iguais” e “para de se vitimizar”. Sofremos feridas que talvez só o amor cure ou nem ele. Assumimos riscos pra poder sobreviver, porque ninguém vive sabendo que o filho pode ser morto pelo Estado, que não nos protege e só nos mata.
Eu, mulher preta, que recebo olhares de espanto e risadas de deboche, só porque uso o meu cabelo natural, que sofro retaliação de alunos de classe, porque escolhi lutar e mantenho meu discurso, que hoje luto contra problemas psicológicos por conta do racismo que sofri…
NÓS! MULHERES PRETAS, exigimos respeito. Exigimos respeito a nossa dor e ao nosso discurso, a nossa cor e aos nossos cabelos crespos.
Todos os dias leio textos academicistas, cheio de conceitos e teorias, que não dialogam nem um pouco com a realidade de quem eu convivo. Hoje, a fala e a escrita são posicionamentos políticos.