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Nota sobre a ação policial na Maré

Na manhã de hoje, 08/09/21054, forças de segurança pública realizaram operações militares na Maré, mais especificamente na Favela Nova Holanda. Relatos de moradores afirmam que houve um intenso tiroteio entre policiais e grupos criminosos deixando em pânico quem saia para o trabalho ou ia para a escola. Muitas pessoas não puderam sair de suas casas e outras tiveram de se abrigar em lojas, igrejas e bares para não serem atingidas por balas perdidas.

Mais uma vez, os moradores se viram acuados no meio do fogo cruzado tendo suas vidas colocadas em risco. Relatados dão conta de que casas foram atingidas, uma moradora foi ferida, assim como um policial. Infelizmente, mais uma vez operações como essas só trazem medo, apreensão e violência.

A REDES da Maré e o Observatório de Favelas questiona fortemente esse tipo de operação policial, sobretudo porque coloca vidas em risco e paralisa o cotidiano dos moradores. Mais uma vez prevalece a ideia da guerra às drogas a qualquer custo e se admite a favela como território inimigo, onde as “baixas” civis são aceitáveis.

Seguramente não é com esse tipo de atitude que o Estado vai garantir a paz e estará longe da construção de uma soberania comum para todos os moradores. Ao contrário, ao admitir que existem “territórios de exceção” onde, contraditoriamente, sobre o pretexto de se fazer valer a lei, a vida dos moradores das favelas é vista como menos valiosa o Estado acaba por avalizar ações policiais que podem acabar em verdadeiras tragédias. São as pessoas o mais importante e o direito à vida a garantia inegociável.

 Outra política de segurança pública se faz urgente. Uma política que garanta a paz respeitando os direitos dos moradores e que use a inteligência e não a força como instrumento prioritário para garantir o cumprimento da lei. A cidade do Rio de Janeiro não pode mais admitir que determinados territórios, como as favelas, vivam situações de medo, tensão e violência como as que ocorreram hoje na Maré. O Estado não pode ser o promotor de um território de guerra e sim tomar a direção por uma cidade de direitos, com a mais plena convivência e a garantia e ampliação da vida.

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