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Mulheres em movimento

Mulheres Negras marcham em Brasília - Foto: Benjamim
Mulheres Negras marcham em Brasília – Foto: Benjamim

“Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem”. A filósofa marxista polonesa, Rosa Luxemburgo – que no último dia 05 de março completou 145 anos de existência – fala sobre o movimento como forma de se descobrir preso e, a partir desse conhecimento, lutar contra essas amarras.

O Notícias & Análises do mês de março, como não poderia ser diferente, é todo dedicado à mulher, ou melhor, às mulheres. E retoma essa ideia de movimento como pressuposto para alcançar a liberdade. Afinal, ninguém, nos últimos tempos, se mexeu mais que elas. Dia após dia, arrebentando as correntes, chutando o balde, colocando o pé na porta.

Exemplos dessa luta diária realizada por e para as mulheres são inúmeros. Algumas travadas na internet como as campanhas #AgoraÉQueSãoElas e #MeuPrimeiroAssédio. E outras muitas no front, nas ruas como as mobilizações Mulheres contra Cunha e Marcha das Mulheres Negras.

É também importante ressaltar – entendendo o conceito de que uma mulher tem diversas identidades além da de gênero – o protagonismo das mulheres em disputas em campos que se complementam, tal qual o movimento das e dos secundaristas de São Paulo. As meninas participaram ativamente das ocupações das escolas, protegendo, muitas vezes com seus próprios corpos, os garotos da ação violenta da polícia.

E é justamente falando em juventude que abrimos o Notícias & Análise. Em um bate-papo descontraído, as “minas” da Agência Diálogos (Agência Escola da ESPOCC) conversam sobre a liberdade feminina e a necessidade de que essa condição de “ser livre” não seja definida por nenhuma outra pessoa que não seja a própria mulher em seu processo de conhecimento interior.

Apesar da pouco idade, elas já acumulam diversas experiências pelo fato de terem nascido mulheres, negras, periféricas e não se furtarem do seu direito de circular pela cidade. Elas não aceitam mais serem silenciadas e invisibilizadas. “Nós contaremos nossas próprias histórias” é, acima de tudo, uma luta pelo protagonismo feminino negro na comunicação.

O segundo texto é uma reportagem sobre o poder do coletivo. Durante anos e anos as mulheres foram ensinadas a ver a outra não como uma semelhante, mas como uma rival. As mulheres estavam em constante processo de disputa como que se estivessem em uma espécie de funil – o machismo – em que para uma conseguir entrar a outra necessariamente precisasse ficar do lado de fora. Pois esse limitador se alargou, se agigantou. Bem no estilo “Uma sobe e puxa a outra” mulheres têm se organizado em coletivos que trabalham, fora as especificidades de cada área, o empoderamento feminino.

E para finalizar, o artigo As vozes que não vão mais calar fala sobre as mulheres sofrem agressões e denunciam pelo “Ligue180” – Central de Atendimento para denunciar casos de violência de gênero da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR). Em uma abordagem que vai além dos números, falaremos sobre a importância da denúncia. Ao romper o silêncio, mais do que proteger a si, mulheres ajudam a construir ações para que outras não passem pelas mesmas situações de violência.

É verdade que o Ligue 180 não consegue, nem ao menos, alcançar a maioria dos casos de violência contra a mulher que acontecem no país. Porém, ao pautarmos a questão, acreditamos contribuir para que mais mulheres tomem conhecimento dessa ferramenta de proteção.

Muito mais importante que render homenagens, é contribuir para que esse movimento, essa inquietude, essa busca por liberdade não pare. Temas como a igualdade salarial, a legalização do aborto, a hipersexualização e objetificação do corpo feminino, o estupro, a violência doméstica, o feminicídio, entre tantos outros, devem estar na ordem do dia, todo dia e não apenas no 8 de março. Os homens também são convidados para essa luta, mas respeitando, é claro, o espaço de fala e o protagonismo das mulheres.

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